quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Comprimi a distância errada que existia desde o último dia. Não duvidaria dessa noite apressada, que quase terminou sem nem mesmo ter os olhos fechados. Insistente, mesmo com o cisco inconveniente a atiçar meu egoísmo.

Troquei as lâmpadas escuras por estas mais claras. Durante o dia as cubro de ciúmes, quando não são as mariposas. Ainda que não ouça, tem gente passando ali fora, balbuciando algo como se numa procissão. De pressa reza sem ter o que contar. Mas não faz mais diferença.

Sobre a mesa qualquer vela acessa. E eu nem cheguei a perceber.

Assim o babobá cresceu. E seu eufemismo é maior do que o meu. Tenho anel no dedo direito que o vento curva como num conceito. Sou feito de fé: ateu.

Sons que embrulham o estomago, rimas como de criança que balança num pneu sob seus galhos, enquanto crescem e tomam toda a casa. Aninho-me em tuas raízes, querendo-te derrubar. Mas não me ouso. Aqui sou eu o oco, e você de folhas verdes, cheias de sede. Seis meses, e eu somente a te mijar.

Basta a ti ficar em mim. Daqui debaixo de você, nem chapéu preciso. Se sismo, compro um picapau.