quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Comprimi a distância errada que existia desde o último dia. Não duvidaria dessa noite apressada, que quase terminou sem nem mesmo ter os olhos fechados. Insistente, mesmo com o cisco inconveniente a atiçar meu egoísmo.

Troquei as lâmpadas escuras por estas mais claras. Durante o dia as cubro de ciúmes, quando não são as mariposas. Ainda que não ouça, tem gente passando ali fora, balbuciando algo como se numa procissão. De pressa reza sem ter o que contar. Mas não faz mais diferença.

Sobre a mesa qualquer vela acessa. E eu nem cheguei a perceber.

Assim o babobá cresceu. E seu eufemismo é maior do que o meu. Tenho anel no dedo direito que o vento curva como num conceito. Sou feito de fé: ateu.

Sons que embrulham o estomago, rimas como de criança que balança num pneu sob seus galhos, enquanto crescem e tomam toda a casa. Aninho-me em tuas raízes, querendo-te derrubar. Mas não me ouso. Aqui sou eu o oco, e você de folhas verdes, cheias de sede. Seis meses, e eu somente a te mijar.

Basta a ti ficar em mim. Daqui debaixo de você, nem chapéu preciso. Se sismo, compro um picapau.

9 comentários:

  1. Muito bom, João!

    Gostei do seu estilo...a forma que descreve as sensações são realistas e ao mesmo tempo irônicas...bom mesmo..

    []'s

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  2. Nossa! Como adoro ler esse Tal de João Qualquer...

    A construção de idéias antagônicas me encantam, revelam-me um João sensível e raro!

    Beijos confessos...

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  3. Que bom ter você de volta por aqui :D
    beijos

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  4. Sua escrita rima e é singular. Vejo-me sentindo embora escrever numa visão diferente. No fim é como se o que dissestes fosse meu pensamento em outra (sua) visão! Obrigado meu caro.

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  5. ahh! que lindo.

    como sempre você me encanta.


    ;D

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  6. Eu adoro esse João sabe-se lá o que.
    Ou qualquer outra coisa.
    E coisa e tal.

    Beijo

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  7. Olá, João! Estou passando para te contar que fiz uma reforma no meu blog. O 'Não solta a minha mão nunca, ta?!' agora é 'Segredos de Travesseiro'. O conteúdo continua o mesmo, mas agora está um pouco mais com a minha cara. Passa lá para visitar a minha casa nova, ok?! E não demore a voltar a aparecer por aqui. Sinto falta das suas palavras.
    beijão

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