Abri os olhos. Dei três tapas num sol que piscava desfocado até que tudo ficou claro. Cumprimentei um gato que passava ali. Visita meu telhado frequentemente e, vez ou outra, despenca por onde sai o baobá. Descolori alguns tomates sem assuntos, quando desses dias que seguem, simplesmente por não poder ser diferente. E chove.
As manhãs sempre começam com esse cheiro constante. Às vezes isso me alegra, noutras somente uma ânsia. Os pássaros que cantam, as folhas que caem e essa lama que se espalha. Preguiçoso, de quando em quando vou conferir se não esqueci meu corpo esparramado pela cama.
Outro dia troquei as portas de lugares, só para me distrair procurando-as. Ontem, cansado da brincadeira, fingir não a ver por trás da cortina. Sorri enquanto tudo estava bem. Mas só enquanto isso...
Acho imperfeitos os dias compridos que logo se espreguiçam com cheiro de café.
"Outro dia troquei as portas de lugares, só para me distrair procurando-as."
ResponderExcluirJoão,
saudades desse seu singular sentido, dessas notas da vida... texto bom, bonito e profundo!
e eu me acho aqui...
abraços,
do menino-homem
fique com Deus!
João, sentia falta de tuas palavras, logo percebi a cor de tua ausência, e aqui novamente estou, para prestigiar o som gostozo que teus escritos deixam tocando no ar.
ResponderExcluirAbraço!
Olá meu caro! De volta ao seu espaço e oferecendo honras as suas palavras. A sabedoria cansa e a perfeição tem cheiro de engôdo!
ResponderExcluirAbs.
Eu fico maravilhado cada vez q venho aki...
ResponderExcluirVc escreve mto bem... e brinca com as palavras de um jeito único
Que saudades da loucura das palavras certas, do prazer insano de uma vida repleta de incógnitas, de um querer vier aqui, acolá sem saber para onde ir...
ResponderExcluirSó você doce poeta com maestria pode trazer tamanha euforia, fazendo dos dias simples uma singular e curiosa vivência.
Beijos...