segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Esse silêncio incômodo de todas as noites, desses pássaros que dormem, e dos amigos que fogem, me entortam os olhos a rabiscar na caixa de areia que roubei outro dia da praça, pra ver se planto coqueiro e invento um dia de sol.

Mas há sim o silêncio, quase quieto, que teimo em atrapalhar com uma tosse fingida pra alguém escutar. E se outro soluça, finjo não ser comigo, teimosia em desconfiar de todas as poucas folhas que caem, achando que alguma o fez de propósito.

Vivo subindo na parede, me deixando de enfeite pra ver se de repente me encho de pó. Já fiquei dias sem me mexer, mas agora há sempre o que colher, mesmo que frutas verdes ou folhas passadas do tempo. E se essas vão com o vendo, me permito também.

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