Hoje o dia desiste de acordar. Com os olhos cheios de névoa, tremula na cama descoberto, com preguiça, como se insista em ficar deitado, tentando um sono desesperado, mesmo com os ruídos lá de fora.
Saio para a horta na ponta dos pés. A cada tropeço olho para cima, vigiando pra ver se o barulho o fez acordar. Suspiro aliviado quando o vejo virar de lado com um bocejo. Sento-me ao lado dos brotos de batata e as nuvens de mãos dadas. Observo, como se um olhar fosse suficiente, recusando-me a me mover. Meus pensamentos se perdem quando dobram a direita, logo após a estreita passagem que fiz, para que só se passe pulando num pé.
Plantei algumas sementes de baobás na casa, entre a sala e a sábia imagem presa em madeiras de oliveira, perto da parede que arranquei, e de outra, ainda lá por descuido.
Coloquei o chapéu, a barba, minhas botas de pés descalços, atravessei o quintal e me sentei num degrau, observando-o acordar, num soluço.