quinta-feira, 2 de julho de 2009

Engoli quatro pratos de alegrias inconstantes e sai. Almoço corrido, outro prato no lixo, cacos espalhados no jardim e as horas correndo atrás de mim. Pude contar todas as pedras do caminho: 1707.

– Ouvi dizer que esse tal de João havia falecido. – Também ouvi dizer, mas fingi que não.

Continuei andando com os pés quase descalços. Passei sem fazer a barba, coçando a cabeça e contanto as pedras.

Por vezes não era nada mais. Sorri disfarçando a ironia. Um menino que inventava um vento com o dedo emburrando o barco pela sarjeta. Ainda comia.

E o dia fugia. Abracei dois gargalos, um ralo sujo e a fresta do silêncio que quase perdi de vista, quando passava.

Havia quase tudo, menos o tempo. Hora de voltar correndo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário