Engoli quatro pratos de alegrias inconstantes e sai. Almoço corrido, outro prato no lixo, cacos espalhados no jardim e as horas correndo atrás de mim. Pude contar todas as pedras do caminho: 1707.
– Ouvi dizer que esse tal de João havia falecido. – Também ouvi dizer, mas fingi que não.
Continuei andando com os pés quase descalços. Passei sem fazer a barba, coçando a cabeça e contanto as pedras.
Por vezes não era nada mais. Sorri disfarçando a ironia. Um menino que inventava um vento com o dedo emburrando o barco pela sarjeta. Ainda comia.
E o dia fugia. Abracei dois gargalos, um ralo sujo e a fresta do silêncio que quase perdi de vista, quando passava.
Havia quase tudo, menos o tempo. Hora de voltar correndo.
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