quarta-feira, 1 de julho de 2009

Todo esse silêncio angustiante da noite corta meus ouvidos como vidros. Escondo-me embaixo das cobertas. É o meu próprio silêncio.

Invento uma cabana com os lençóis. Uma lanterna e nada de janelas. Têm frio, barulho de rio e cumprimento algumas moscas para atrapalharem meu sono, mas não há nada de vento. Há o lago de bacia que molha meus pés quando saio pra buscar pão amanhecido e a cômoda ao lado que encontra o dedo do pé.

Improviso uma fogueira com as brasas de um coração quase apagado. Mas me aquece.

Vou comprar uma serra-elétrica. Derrubo os móveis de casa, espalho folhas secas, me deparo com portas e paredes e tomo um banho gelado. Ainda molhado volto a me esconder. Abro algo, bebo alguma coisa mas não como nada. Jogo migalhas de pão no lago, tento pescar. Salta-me um peixe grande.

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