terça-feira, 21 de julho de 2009

Quando me vi de olhos abertos, pude correr sem parar, sempre seguindo em frente, não importa se meu corpo tombasse para a direita ou, às vezes, para a esquerda. Não era bem fôlego, nem mesmo uma fuga. Não pude contar às voltas que dei na mesa. Cruzei a cadeira umas duas ou três vezes, cumprimentando-a a minha maneira, mas não parei.

Uma arregalada terra girava cega, tonteando a casa térrea, as árvores, aquelas flores secas, um pássaro que berra, dilacerando o silêncio contido entre aquelas frases repetidas e o eco que não cessa. Gotejando paciência, nesta latência corrupta, servos discrepantes da ironia repetida todo dia.

4 comentários:

  1. ... Seguir em frente...

    Silêncio contido, dilacerado, eco incessante...

    Meu Deus... Quanta poesia, não goteja, mas transborda em seus textos.

    Beijos repetidos... Todo dia...

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  2. poético...simplesmente lindo e terapêutico... Parabéns. ^^

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  3. Que poema.
    Foi simples e profundo.
    Gostei.

    Beijos.!

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  4. Hm. Interessante o seu modo de ver as coisas. Bem "exótico". Gostaria de saber fazer tão bem quanto você o faz. :)

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